“A dama das camélias” em Oeiras

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O Mito Duplo foi ver “A dama das camélias”, ao auditório municipal Eunice Muñoz, em Oeiras. No papel principal, esteve Sofia Alves, uma presença habitual neste teatro de Oeiras. A acompanhá-la, entre outros, estiveram o grande Ruy de Carvalho e Joel Branco, que, há muito tempo, cantou a canção juvenil “Uma árvore um amigo”.

O teatro estava completamente cheio, algo inesperado para uma quarta-feira à noite. O palco largo permitia diálogos a grande distância, com uma das personagens do extremo lado direito a falar com personagens do extremo lado esquerdo. Isto exigiu uma boa projeção de voz por partes dos atores, mesmo quando se encontravam com o rosto de lado para o público, de frente para o parceiro de cena. A encenação foi de Celso Cleto, encenador também habitual em Oeiras. Havia um conjunto de pilares metálicos no palco, com aspeto de século XIX, que acompanhavam a peça toda. De cena para cena, iam sendo trocados os bancos e sofás que criavam espaços de salas. Na parte de trás do palco, havia três paredes, duas delas laterais e mais próximas do público, para criarem espaços por onde as personagens podiam entrar e sair. De cena para cena, as cores das luzes mudavam também, ora de azul para verde, ora de verde para vermelho. Mais perto do fim, as luzes passaram a focar muito explicitamente as personagens que estavam a falar, oferecendo-lhes o protagonismo dessa parte da cena.

A banda sonora era composta por trechos de “La traviata”, de Verdi, que lhe conferiam ainda maior intensidade dramática. As interpretações foram, de uma maneira geral, boas, com algumas atuações mais teatrais e outras mais realistas. As personagens francesas adquiriram nomes portugueses, mantendo os sobrenomes franceses. A dama das camélias era Margarida Gautier. Tinha um amigo chamado Gastão e o seu amor era Armando. Margarida (Sofia Alves) aparecia em muitas das cenas trajando vestidos claros com saias de grandes dimensões, à maneira do século XIX. Os cavalheiros envergavam fraques.

Um peça trágica recomendada. Baseada no romance homónimo de Alexandre Dumas Filho, filho de Alexandre Dumas.

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